27 de dezembro de 2016

Instituto da Defesa Nacional “produz e multiplica conhecimento”

“É com muita honra que presido a esta sessão solene de abertura do ano académico do Instituto da Defesa Nacional, reconhecidamente uma instituição na qual se produzem e multiplicam conhecimento e capacidades num ambiente de grande liberdade e pluralidade”,declarou o Ministro da Defesa Nacional (MDN), José Alberto Azeredo Lopes, na sessão de abertura do ano académico do Instituto da Defesa Nacional.

Numa intervenção dedicada à “Cultura de Defesa Nacional”, Azeredo Lopes sublinhou a importância da “relação dos portugueses com a Defesa Nacional”. O Ministro da Defesa pretende melhorar a comunicação com os cidadãos, promovendo a divulgação das operações militares e a valorização dos activos da Defesa Nacional, como institutos universitários, museus, monumentos ou até páginas na internet, “o que está a acontecer através de parcerias com as áreas da educação, da ciência, da cultura, do desporto e do turismo”.

Para o Ministro, “o desenvolvimento de uma cultura de Defesa também deverá reflectir-se na modernização do pensamento sobre mecanismos que temos dado como imutáveis”, como é o caso da cooperação técnico-militar. Azeredo Lopes realçou o empenho do desenvolvimento de uma política de Defesa em sintonia com o Ministério dos Negócios Estrangeiros. Destacou também o Referencial de Educação para a Segurança, a Defesa e a Paz, já a ser implementado em escolas dos distritos do Porto e de Lisboa. Espera-se que os distritos de Viseu e Elvas adiram em breve a este projeto interministerial.

Jorge Sampaio foi a individualidade escolhida para proferir a lição inaugural sobre “A nova Europa dividida: algumas reflexões e achegas de geopolítica”. O antigo Presidente da República defendeu a necessidade de se aprofundar a “discussão sobre a Europa que queremos; que modelo para a reformatação da Zona Euro e que actualizações podemos fazer nos nossos compromissos europeus”, para que o país fique mais esclarecido, através da “razão e no interesse nacional, do que no instinto ou em automatismos pouco informados”.

Afirmando-se europeísta, Jorge Sampaio disse que as dificuldades económicas e as desigualdades sociais estão a abrir brechas nas sociedades europeias e que explicam a decrescente “confiança na União Europeia, nas suas instituições e nos seus líderes”. Como tal, “reconstruir a confiança é um desafio grande, moroso, complexo mas incontornável” para enfrentarmos os populismos emergentes, considerou.

Para Sampaio, aos olhos dos cidadãos “está em causa o fraco ou mau desempenho da governação europeia e a sua incapacidade em gerar emprego e prosperidade”. “Parece-me que a confiança está abalada de forma sistémica e sistemática”. A saída do Reino Unido da União Europeia e a eleição de Trump como Presidente dos EUA “reforçam inquietações e pessimismo, pois está claro que todas estas tendências vão no mesmo sentido, reforçando-se negativamente”. Neste quadro, Jorge Sampaio defende fundamentalmente a “revitalização da ideia de democracia” e da estabilidade e equidade social.

Na sessão solene de abertura do ano académico, o Director do IDN, Major-General Vítor Viana, destacou o Curso de Defesa Nacional, que tem sido ao longo de 41 edições uma referência “para as elites nacionais”, tendo formado 1748 auditores.

Em 2016, passaram pelo IDN cerca de 750 auditores, o que revela um interesse pelos conteúdos, pelas questões da segurança e defesa e o “reconhecimento da qualidade da formação ministrada”. Para 2017, o Director do IDN revelou que serão lançados novos cursos, como o de Direito Internacional dos Conflitos Armados. Será também criado um grupo de investigação dedicado ao terrorismo e violência política. (Defesa)

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