25 de abril de 2016

Indústria de Defesa Nacional à conquista do mundo

Em menos de dois anos a Plataforma das Indústrias de Defesa (idD) contribuiu para a criação de um nicho de mercado que movimenta quase dois mil milhões de euros. "Antes da idD existiam 100 empresas tecnológicas no ramo da defesa. Hoje existem 300”. Um antes e um depois de sucesso que pode vir a dar 4 mil milhões de euros às exportações portuguesas até 2020.


A idD tem sido determinante para potenciar a indústria de Defesa portuguesa? 

Eduardo Filipe, presidente da idD ( E.F.) O trabalho desenvolvido pelas empresas é o principal factor de sucesso. A missão da idD é determinante para promover essas empresas nos mercados internacionais, e identificar novas oportunidades de negócio que as empresas não sabem que existem, mas que estão ao seu alcance. Em pouco mais de um ano já temos resultados visíveis para a economia nacional. Já existem contratos assinados entre empresas portuguesas e as Forças Armadas dos Emirados Árabes Unidos, Colômbia e Brasil; negociações avançadas para a instalação de centros de competência tecnológica em países do Magreb; e diversas parcerias entre empresas portuguesas e estrangeiras para o desenvolvimento de novos produtos. Ainda hoje recebemos a confirmação de um contrato que foi assinado entre uma empresa portuguesa e uma das grandes companhias mundiais na área da aeronáutica, que só pôde ser assinado porque esteve presente através da idD num evento internacional. 

Quanto é que esta indústria pode vir a valer? 

A economia de Defesa é um sector com grande potencial de desenvolvimento mundial, devido aos grandes investimentos que os países vão ser obrigados a fazer em Segurança e Defesa. E as Forças Armadas não consomem apenas armamento, precisam de fardamento, alimentação, novas tecnologias. E Portugal tem em todos estes campos empresas que podem oferecer do melhor que se faz no mundo. É por isso preciso saber promover este trabalho e encontrar as oportunidades certas, e o papel da idD aqui é determinante. A ideia é que a economia de Defesa que hoje vale 1,78 mil milhões de euros, cerca de 1% do PIB, passe a valer até 2020 2% do PIB em termos de exportação.

Quantas pessoas pode este sector vir a empregar em Portugal? 

Os dados que existiam quando a idD iniciou este trabalho apontavam para 20 mil postos de trabalho directos e indirectos. Neste momento, juntamente com a consultora Capgemini, estamos a desenvolver um barómetro das indústrias de Defesa que será uma radiografia às condições existentes em Portugal neste sector económico para medir os empregos directos e indirectos e também outros factores macroeconómicos fundamentais para podermos avaliar este sector em Portugal. 

Há um antes e um depois da idD? 

São as empresas que dizem que há um antes e um depois e nós ficamos muito contentes com este feedback. Efectivamente existe um antes e um depois e o reconhecimento do trabalho feito pela idD na atracção de novos mercados e de novas oportunidades junto dos mercados internacionais. A verdadeira importância do nosso trabalho é podermos ajudar as empresas a crescer, encontrar mercados internacionais e ajudá-las a seguirem o caminho da exportação. A idD ao longo deste tempo de trabalho veio atraindo cada vez mais empresas para este mercado e as empresas estão mais despertas para o sector: quando iniciámos havia 100 empresas na base tecnológica industrial portuguesa de Defesa e hoje são perto de 300. 

Estas empresas poderiam ter o volume de negócios que têm hoje sem a ajuda da idD? 

Eu penso que as empresas não teriam o volume de negócios que têm hoje e que irão ter no futuro se não for a acção da idD. Falamos de um mercado muito fechado em que as PME’s não têm oportunidade de chegar aos principais decisores sem suporte institucional. É preciso que o Estado entenda as empresas, respeite o seu esforço de internacionalização, e há negócios concretos que resultaram já da acção da idD ao longo deste tempo, portanto temos noção de que as empresas hão de seguramente crescer o seu volume de negócios. 

A indústria da defesa é um nicho em Portugal? 

É mais do que um nicho. Já é e pode vir a ser um mercado com enorme potencial de grande crescimento e a idD tem vindo a ajudar a consolidá-lo. Temos um caminho e uma estratégia bem definida: iremos reforçar as acções de promoção em mercados estratégicos nomeadamente no mercado asiático, na CPLP, no Magreb, e junto de organizações institucionais como a NATO e a ONU; e também reforçar parcerias com os ramos das Forças Armadas e com empresas, fundamental para a credibilidade dos produtos comercializados. (Fonte: Correio da Manhã)

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