8 de outubro de 2015

Nato pronta para enviar tropas para Turquia após violações aéreas russas

A NATO «está pronta para defender todos os aliados e enviar tropas para defender a Turquia contra «qualquer tipo de ameaça», advertiu hoje o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, após a reunião dos ministros da Defesa em Bruxelas.

As afirmações de Stoltenberg surgem depois de a Rússia ter violado repetidamente o espaço aéreo turco, o que a NATO considerou «inaceitável» e um «comportamento irresponsável».
Jens Stoltenberg disse ainda que existe uma «escalada das actividades militares russas na Síria preocupante» e que é preciso avaliar as implicações que esta iniciativa tem na segurança da aliança.

«A NATO está a responder aumentando a nossa capacidade e o nosso estado de preparação para enviar forças para o sul, incluindo a Turquia», disse, referindo-se não só ao seu aliado turco, mas também à cada vez mais tensa situação na Síria. «Estamos a implementar o maior reforço na nossa defesa colectiva desde o fim da Guerra Fria. Também demos aprovação final ao conceito militar para reforço da Força de Resposta da NATO, no sentido de a tornar maior, mais rápida e com maior capacidade», disse.

A Turquia tem-se queixado de que o respectivo espaço aéreo tem sido repetidamente violado pela Rússia, que iniciou uma campanha aérea na Síria contra o Estado Islâmico.

O presidente turco, o islamita Recep Tayyip Erdogan, ameaçou já suspender a cooperação com a Rússia no sector de gás e nuclear devido às recentes tensões no espaço aéreo turco.

Em conferência de imprensa durante o voo rumo ao Japão, onde fará uma visita oficial, Erdogan disse que a Rússia deve considerar o impacto das suas acções sobre as relações com a Turquia, um país com o qual tem um volume de negócios de cerca de 40 mil milhões de dólares (cerca de 35,53 mil milhões de euros) por ano.

Na quarta-feira, a Rússia também disparou pela primeira vez mísseis de cruzeiros sobre o Mar Cáspio, tendo como alvo objectivos do Estado Islâmico na Síria. Segundo o ministro da Defesa russo, quatro navios de guerra lançaram 26 rockets que passaram por cima do Iraque e do Irão.

No entanto, tanto os Estados Unidos como outros países ocidentais, além de grupos rebeldes moderados sírios, afirmam que 90% dos ataques militares russos na Síria não têm tido como alvo o Estado Islâmico ou afiliados terroristas da al-Qaeda, mas sim os grupos que combatem o regime de Assad.

O embaixador norte-americano da NATO, Douglas Lute, afirmou ontem que o Kremlin está aparentemente a tentar criar uma nova contra-aliança ao eixo ocidental do Golfo, juntando russos, iranianos, iraquianos e o Hezbollah, movimento xiita libanês aliado do regime sírio. (Diário Digital)

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