22 de janeiro de 2015

Os investimentos em equipamentos militares e armamento para equipar Forças Armadas até 2018

Nos próximos quatro anos. o Estado português estima investir 1074 milhões de euros em armamento e equipamento para as Forças Armadas. Segundo a proposta de Lei de Programação Militar que esta quinta-feira à tarde é debatida no Parlamento, quase 90% desse montante correspondente a investimento público (€960 milhões) e pouco mais de 10% (€114 milhões) provêm de receitas próprias.

A fatia de leão (37,7% ou €414 milhões) vai para os designados "serviços centrais" que dizem respeito aos investimentos transversais aos três ramos: Exército, Marinha e Força Aérea. É daqui que sairá o dinheiro para a eventual substituição da mítica G3, a arma ligeira de fabrico alemão ao serviço das Forças Armadas portuguesas desde a década de 1960. Este investimento já foi por diversas vezes adiado.

Para os três ramos, no quadriénio 2015-2018, estão reservados 629 milhões de euros, metade dos quais para a Marinha (320 milhões), um terço para a Força Aérea (182 milhões) e um quinto para o Exército (126 milhões).

Os 320 milhões de euros reservados à Armada destinam-se, entre outros investimentos, à já anunciada encomenda de mais dois navios patrulha oceânicos (NPO) aos estaleiros de Viana do Castelo (concessionados à empresa West Sea do Grupo Martifer) e à compra de quatro patrulhas costeiras (NPC) Stanflex 300 à Dinamarca. Estas aquisições destinam-se a substituir, respectivamente, as corvetas e os patrulhas da classe Cacine, todos eles ao serviço da Marinha há mais de 40 anos.

No final do ano passado. o Governo autorizou a Marinha a investir quase dez milhões de euros (mais IVA) na reparação e manutenção da fragata Corte-Real, lançada à água em Junho de 1990. Na sua mensagem de Natal, o chefe de Estado-Maior da Armada, almirante Macieira Fragoso, confirmou ainda a instalação de um novo simulador de acção táctica.

Parte dos 182 milhões destinados à Força Aérea poderão ser aplicados na substituição dos seis aviões Hércules C-130. O primeiro chegou a Portugal em 15 de Setembro de 1977. Em 2011, 34 anos depois, o ministro da Defesa assinou a carta de intenção de comprar à brasileira Embraer seis KC-390; e a 21 de Outubro do ano passado assistiu à apresentação, em São Paulo, do protótipo desta aeronave, que poderá ser utilizada para o transporte e lançamento de cargas e tropas, reabastecimento aéreo, busca e salvamento e combate a incêndios florestais.

Até Junho, a Embraer deverá dizer ao Governo quanto custarão os seis aviões.

Para além do C-130, em Novembro último, tal como noticiou o Expresso, o ministro José Pedro Aguiar-Branco instruiu a Direcção-Geral de Armamento e Infraestruturas de Defesa para que estudasse a substituição dos três Falcon 50 da esquadra 504 "Linces". Comprados entre 1989 e 1991, o modelo português já não é fabricado pelos franceses da Marcel-Dassault.

Com os 126 milhões que lhe estão destinados até 2018, o Exército deverá investir na aquisição de viaturas tácticas ligeiras 4X4, num sistema de informação e comunicações táctico, sendo ainda o maior beneficiário da eventual substituição da G-3. (Expresso)

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