29 de agosto de 2014

SEIS F-16 DA FORÇA AEREA PORTUGUESA ATERRAM NA LITUANIA PARA O BALTIC AIR POLICING

Os seis F-16 da Força Aérea Portuguesa aterraram esta sexta-feira, dia 29 de Agosto de 2014, na Lituânia para integrarem o destacamento Baltic Air Policing (BAP),Bloco 36.

Durante quatro meses, de 01 de Setembro a 31 de Dezembro, 70 militares da Força Aérea Portuguesa e seis aeronaves F-16 estarão sedeados na Base Aérea de Siauliai, para cumprir a missão NATO de policiamento aéreo do países bálticos (Lituânia, Estónia e Letónia).

O destacamento português integra militares de diversas especialidade, por forma a assegurar o cumprimento desta missão.

O comandante do destacamento é o Tenente-Coronel Piloto-Aviador João Pires, que também nesta sexta-feira esteve na Estónia a participar na cerimónia de Handover/Takeover entre as nações envolvidas no BAP naquele país (a Dinamarca vai ser substituída Alemanha). A cerimónia contou com os comandantes de destacamento das nações que integram o BAP e com várias entidades militares e civis.

Portugal é a lead nation do bloco 36 do BAP, ao qual se juntam o Canadá (também em Siauliai, Lituânia), a Alemanha (na Estónia) e a Holanda (na Polónia). (EMGFA)

C-130H e 47 militares portugueses partem para o Mali

Partiu no dia 29 de Agosto, da Base Aérea N.º 6 – Montijo, a aeronave C-130H com os 47 militares que vão integrar a missão de estabilização no Mali. São 41 elementos da Força Aérea e seis do Exército que, a partir de Setembro, vão estar ao serviço das Nações Unidas (MINUSMA) no apoio ao processo de paz naquele país.

A missão terá uma duração de três meses. (Fonte : FAP)

28 de agosto de 2014

Admissão de Guardas – Guarda Nacional Republicana



Já está aberto o procedimento concursal comum para admissão ao Curso de Formação de Guardas da Guarda Nacional Republicana (Armas).
O procedimento concursal está aberto através do Aviso n.º 8793/2014, publicado no DR, 2.ª Série de 31 de julho de 2014. Contudo, este concurso é aberto condicionalmente até à emissão de despacho conjunto dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da administração interna, conforme preceituado no n.º 3, do artigo 68.º, do EMGNR.
A apresentação de candidaturas à Guarda Nacional Republicana, com destino ao concurso de admissão, será feita, exclusivamente, por via electrónica, em https://recrutamento.gnr.pt/.

NRP FIGUEIRA DA FOZ PARTICIPOU EM ACÇÃO DE INTERCEPÇÃO DE IMIGRANTES NO MEDITERRÂNEO

No âmbito da Operação de combate à imigração irregular no mediterrâneo, "Índalo 2014" da agência da UE "FRONTEX", o NRP Figueira da Foz foi empenhado ontem, dia 26 de Agosto, numa operação de detecção, intercepção e recolha de 18 imigrantes irregulares oriundos do norte de África.

Durante uma acção de patrulha no Sul de Espanha, cerca das 21h25, foi detectada uma embarcação tipo PATERA, que navegava a cerca de 40 milhas náuticas a oeste do Cabo de Gata, sendo que os 18 ocupantes, presumivelmente de nacionalidade argelina, eram todos do género masculino.

As buscas decorreram conjuntamente com um helicóptero e uma embarcação do SASEMAR, sendo que os sensores de bordo, RADAR e Sistema eletro-óptico com câmara térmica do Navio foram essenciais na identificação e acompanhamento da embarcação infractora, enquanto se aguardava a chegada ao local dos meios de salvamento.

Conforme instruções recebidas do Centro de Coordenação em Madrid, O NRP Figueira da Foz efectuou escolta dos meios envolvidos até ao porto de Almeria, onde estes imigrantes irregulares vieram a ser desembarcados pelas 01h35 do dia 27 de agosto. (EMGFA)

FORÇAS NACIONAIS DESTACADAS EM MISSÕES INTERNACIONAIS

As Forças Armadas Portuguesas, através da Força Aérea iniciam o mês de Setembro com duas missões de elevada importância para a segurança e manutenção da paz internacionais.

Na Lituânia, vai desempenhar uma missão de vigilância e defesa (air policing) do espaço aéreo dos países bálticos (BAP 14), no âmbito da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). No Mali, vai participar na missão de estabilização que decorre sob comando das Nações Unidas (MINUSMA).

O contingente na Lituânia é composto por seis aeronaves F-16 e por 70 militares. Este destacamento, com a duração de quatro meses, tem como objectivo garantir a segurança do espaço aéreo dos três países bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia), os quais não dispõem de meios aéreos que assegurem a execução desta missão. A partir do próximo dia 1 de Setembro, Portugal será a nação líder desta missão no Báltico.

O contingente no Mali, para além de dois militares colocados no Estado-Maior da missão, é composto por uma aeronave C-130 e por 47 militares (41 da Força Aérea e 6 do Exército) que durante três meses vão desempenhar uma missão de apoio fundamental para o processo de paz naquele país. (EMGFA)

Efeméride - Criação da Brigada Real de Marinha

A 28 de Agosto de 1797, a Rainha D. Maria I, criou a Brigada Real de Marinha. 

A Brigada Real da Marinha (BRM)  foi um corpo de tropas da Marinha Portuguesa, vocacionado para guarnecer a artilharia das embarcações de guerra, e actuar como infantaria de desembarque, e manter os apetrechos navais. A BRM foi criada em 1797 e extinta em 1832. Sendo um dos antecessoras dos actuais Corpo de Fuzileiros

27 de agosto de 2014

Missão portuguesa na República Centro-Africana posta de parte

A missão portuguesa da Força Aérea na República Centro-Africana (RCA) está posta de parte. Anunciada em Janeiro, com data marcada de partida em maio e depois cancelada, a participação de Portugal na operação da União Europeia está agora fora dos planos de Portugal.

O destacamento da Força Aérea que parte esta sexta-feira para o Mali é aquele que estava em treinos para ir para a República Centro Africana no dia 20 de Maio, confirmou o Observador. Trata-se de um C130 e 47 militares da esquadra 501. Neste momento, a Força Aérea não tem quaisquer meios operacionais em treino para enviar para missão na RCA.

Segundo o Ministério da Defesa Nacional (MDN), uma vez que os meios portugueses foram colocados em suspenso após reavaliação das necessidades no terreno pelo comandante da força na RCA, o francês Philippe Pontiès, foi decidido responder “afirmativamente” ao pedido das Nações Unidas para reforçar o contingente no Mali.

O general tinha enviado uma carta ao ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, cinco dias antes da prevista partida dos militares portugueses a comunicar que já não precisava da ajuda portuguesa. Em Junho, Pontiès garantia que a missão militar da União Europeia na República Centro-Africana tinha atingindo a sua total capacidade operacional. Segundo o MDN, uma eventual participação só poderá ocorrer agora no “período de retracção” da força internacional, não havendo quaisquer certezas de que o comando da União Europeia no terreno a solicite.

Portugal foi um dos primeiros países a anunciar disponibilidade para integrar a missão da União Europeia naquele país. “Portugal acompanha com preocupação a deterioração da situação humanitária e securitária na República Centro Africana [e] apoia a preparação de uma operação militar, no quadro da política comum de segurança e defesa da República Centro Africana”, afirmou em Janeiro o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete. Ainda nesse mês, numa intervenção no anual Seminário Diplomático, o ministro tinha estabelecido o norte de África como prioridade da política externa portuguesa.

A missão na RCA que agora abortou começou envolta em polémicas. As primeiras notícias davam conta de que o Governo queria enviar militares da GNR e de que estes, aliás, já estavam em treinos. O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, chegou a dar ordens ao então comandante-geral para parar a instrução.

No Mali, Portugal tinha até agora 13 militares. Em Março, já depois do compromisso com a República Centro-Africana, tinham sido enviados cinco que se juntaram aos sete que já lá estavam.

A Força Aérea recebeu ordens para preparar a nova missão no Mali (que vai durar três meses) depois da autorização dada pelo Conselho Superior de Defesa Nacional e da directiva operacional nº 32 do Estado-Maior General das Forças Armadas, em Julho.

Actualmente, Portugal tem 377 militares em missões em dez pontos do mundo, incluindo Somália, Kosovo e Afeganistão. As maiores participações são em missões da NATO (Kosovo e Afeganistão). Fonte : Observador

Força Aérea com destacamentos na Lituânia e no Mali

A Força Aérea Portuguesa inicia o mês de Setembro com duas missões de elevada importância para a segurança e manutenção da paz internacionais.

Na Lituânia, vai desempenhar uma missão de vigilância e defesa (air policing) do espaço aéreo dos países bálticos (BAP 14), no âmbito da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). No Mali, vai participar na missão de estabilização que decorre sob comando das Nações Unidas (MINUSMA).

O contingente na Lituânia é composto por seis aeronaves F-16 e por 70 militares. Este destacamento, com a duração de quatro meses, tem como objectivo garantir a segurança do espaço aéreo dos três países bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia), os quais não dispõem de meios aéreos que assegurem a execução desta missão. A partir do próximo dia 1 de Setembro, Portugal será a nação líder desta missão no Báltico.

O contingente no Mali, para além de dois militares colocados no Estado-Maior da missão, é composto por uma aeronave C-130 e por 47 militares (41 da Força Aérea e 6 do Exército) que durante três meses vão desempenhar uma missão de apoio fundamental para o processo de paz naquele país.(Fonte: FAP)

Força Aérea nas festas em honra de Nossa Senhora do Loreto

No dia 25 de Agosto realizou-se em Alcafozes, Idanha-a-Nova, as Festas em honra de N. Sra. do Loreto “Padroeira Universal da Aviação”.

Pelas 11H00 foi celebrada uma missa campal, no Santuário de N.ª Sra. do Loreto, que contou com a colaboração de um dos Capelães da Força Aérea, Tenente-Coronel Jorge Almeida, com a presença de uma Guarda de Honra ao Altar, Terno de clarins e caixa e Estandarte da Força Aérea.

Terminada a missa iniciou-se a Procissão em honra da “Padroeira Universal da Aviação”, na qual os presentes acompanharam o andor de N.ª Sra. do Loreto, transportado por Cadetes da Academia da Força Aérea. (FAP)

26 de agosto de 2014

Militares partem na sexta-feira para missões no Mali e Lituânia

O contingente português que vai participar na missão das Nações Unidas de manutenção de paz no Mali parte sexta-feira de manhã da Base Aérea do Montijo, disse à Lusa fonte oficial do Ministério da Defesa Nacional.

O contingente português, cuja missão durará três meses, é composto por um C130 e um efectivo de 47 militares, dos quais 41 da Força Aérea e seis do Exército.

Também na sexta-feira de manhã parte, da Base Aérea de Monte Real, o contingente português que vai integrar a missão da NATO de policiamento do espaço aéreo da Lituânia, com o emprego de seis F16 e um efectivo de 70 militares, que vão permanecer no território durante quatro meses.

A partir do próximo dia 1 de Setembro, Portugal será a nação líder desta missão no Báltico. Fonte oficial do Ministério da Defesa destacou à Lusa a importância destas duas missões "para a segurança e manutenção da paz internacionais".

"A participação de Portugal em Forças Nacionais Destacadas é uma das prioridades identificadas no Conceito Estratégico de Defesa Nacional, revisto em 2013", sublinhou a mesma fonte, acrescentando que, "apesar das dificuldades financeiras, Portugal não deixou de participar, nos últimos anos, em diversas missões e exercícios internacionais".

A 30 de Julho, o Governo informou o Conselho Superior da Defesa Nacional da possibilidade de Portugal enviar uma aeronave de patrulhamento marítimo para o Mar Báltico, no âmbito das acções que a NATO pretende desenvolver face à situação na Ucrânia.

Na mesma reunião o executivo informou também que uma aeronave C-130 e respectivo destacamento de apoio iriam operar em missões de manutenção de paz da ONU no Mali, durante três meses.

A Missão Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali começou a trabalhar no terreno a 01 de Julho do ano passado, depois de o exército francês ter expulsado, do norte do país, os grupos radicais e terroristas que controlavam a região desde o verão de 2012. (NM)

23 de agosto de 2014

CHAIMITES TERMINAM CICLO DE VIDA NO KOSOVO

A Força Nacional Destacada no Teatro de Operações do Kosovo iniciou, no passado dia 9 de Agosto, o processo de retracção para território nacional, de oito viaturas blindadas ligeiras (VBL) CHAIMITE

Militares portugueses do Batalhão de Infantaria Mecanizado (1BIMec/KFOR), escoltaram, no passado dia 13 de Agosto, os contentores com as CHAIMITES, desde o Campo Slim Lines até ao Terminal Ferroviário, Pristina.

Após chegada à Grécia, as viaturas seguirão por via marítima até ao porto de Sines, estando prevista a sua chegada em Setembro próximo.

Com a retracção das CHAIMITES, encerra-se o último capítulo da vida destas viaturas, que se encontram ao serviço do Exercito Português desde 30 de Dezembro de 1967, com desempenhos operacionais no Ultramar e nos Balcãs, no período temporal de 1996 a 2014.

Em sua substituição ficam as modernas viaturas blindadas de rodas PANDUR II 8X8, que se encontram a operar no Kosovo desde 26 de Novembro de 2013. (EMGFA)

22 de agosto de 2014

DIA DA ARMA DE INFANTARIA 2014

Comemorou-se no dia 14 de Agosto o dia festivo da Arma de Infantaria, com a realização de uma Cerimónia Militar no Campo Militar de S. Jorge, em Aljubarrota, que integrou forças de todas as Unidades de Infantaria do Exército.

Usaram da palavra Sua Excelência o General Chefe do Estado-Maior do Exército, Carlos Jerónimo, que presidiu à Cerimónia, bem como o Director Honorário da Arma de Infantaria, TGen António Agostinho, com mensagens alusivas à efeméride.

Integrada na cerimónia, a Fundação Batalha de Aljubarrota fez a entrega formal ao Exército de uma réplica da Bandeira do Condestável, que esteve desfraldada no Campo de Batalha de Aljubarrota, junto às forças comandadas por Dom Nuno Álvares Pereira, Condestável do Reino, Santo da Igreja e Patrono da Arma de Infantaria, que ficará à guarda do Regimento de Infantaria n.º1.

No final da Cerimónia o Coronel Américo Henriques proferiu uma alocução de índole histórico-militar alusiva à Batalha de Aljubarrota, invocando os elevados valores militares e patrióticos que permitiram assegurar a soberania de Portugal, naquela tarde de 14 de Agosto de 1385.

A comemoração da efeméride terminou num almoço-convívio entre todos os Infantes realizado nas instalações do Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota e servido pela Manutenção Militar. (Fonte: Exército)

ACTIVIDADES KTM NO KOSOVO

De acordo com orientações superiores, decorreu no dia 13 de Agosto um treino operacional cruzado, com três sistemas aéreos não tripulados (SUAS): o LIGHT RAY, PUMA e o STALKER.

O objectivo principal deste treino cruzado foi o de testar e validar a utilização em simultâneo dos três sistemas, na mesma zona de voo e a altitudes diferentes.

Constituiu ainda como objectivo, testar e validar a partilha de imagens entre os três sistemas e a partilha de imagem do LIGHT RAY do local de voo para outro local a mais de 50 km de distância.

Ambos os objectivos foram validados. Este segundo evento evidencia e reforça a interoperabilidade das forças da Aliança, no TO do KOSOVO, no âmbito do emprego de sistemas, também, associados à Capacidade de Protecção da Força. Participaram neste evento militares austríacos, norte-americanos e portugueses.

Realizou-se entre os dias 12 e 14 de Agosto de 2014, nos Camp Bondsteel e Camp Villagio Itália, respectivamente, um treino cruzado de tiro entre as subunidades orgânicas da reserva tática da KFOR (KTM) e uma companhia Austríaca (AUT COY) pertencente ao Multinational Battle Group-West, actualmente em controlo operacional (OPCON) da KTM, com a finalidade de harmonizar tácticas, técnicas e procedimentos de tiro.

No Camp Bondsteel participaram militares da reserva táctica da KFOR e militares da AUT COY, realizando o tiro num simulador digital de tiro de combate para armas ligeiras, designado de SAVT (Small Arms Virtual Indoor Trainer). Este simulador é uma plataforma inovadora e um meio presente no Teatro de Operações (TO), que permite ensinar, aperfeiçoar e melhorar a técnica de tiro de combate, através da criação de vários ambientes/cenários, com diferentes tabelas de tiro em cada sessão e ainda a possibilidade de utilizar diferentes armas, tais como: M16A4, M4A1, Beretta 92SB, Browning 12,7, Santa Barbara 40mm e morteiro. No fim de cada sessão é possível avaliar e corrigir erros cometidos, com o intuito de aperfeiçoar o desempenho operacional do combatente.

No Camp Villagio Italia, participaram 25 militares da KTM, e 25 militares da AUT COY, permitindo aos militares portugueses realizar o tiro com armas utilizadas pela AUT COY (Steyr Stg.77 AUG assault rifle, Steyr SSG 69, MG 74) e aos militares austríacos realizarem tiro com as armas utilizadas pelo exército português (ESP AUT G3 7,62mm e Pistola Walther P38 9mm). Este intercâmbio de treino revela-se de grande utilidade, quer ao nível da motivação e aquisição de novos conhecimentos para os Quadros e Tropas, quer do ponto de vista da interoperabilidade entre forças que operam no TO do Kosovo. (Emgfa)

20 de agosto de 2014

A Agusta Westland vai manter-se como responsável pela manutenção dos EH-101.

O Governo vai investir 56 milhões de euros na manutenção de doze helicópteros EH101 da Força Aérea. Uma fonte do ministério da Defesa terá confirmado à Rádio Renascença que o contrato assinado com a Agusta Westland foi feito por ajuste directo e será válido por quatro anos e meio.

A mesma fonte terá ainda explicado as razões para o contrato ter sido feito por ajuste directo: uma exigência de certificação aeronáutica faz com que tenha de ser a empresa anglo-italiana que construiu os helicópteros a manter-se como responsável pela manutenção dos aparelhos.

Os doze helicópteros encontram-se ao serviço da Esquadra 751 da Força Aérea Portuguesa. Seis foram encaminhados para operações de busca e salvamento, quatro foram designados para realizar buscas e salvamento mas em situação de combate. Os dois restantes fazem parte do sistema de fiscalização das pescas. (NM)

P-3C em missão no âmbito da Organisation for the Prohibition of Chemical Weapons

Uma aeronave P-3C, da Esquadra 601 “Lobos”, foi destacada para a base naval de Sigonella (Itália) para participar na operação “MARITIME ESCORT OF MOTOR VESSEL CAPE RAY DURING NEUTRALIZATION OF SYRIAN CHEMICAL MATERIALS”.

O destacamento ocorreu no dia 10 de Agosto, e a operação, combinada, contou com a participação de diversos meios aéreos e de superfície de várias nações. A finalidade foi assegurar um perímetro de segurança ao navio Cape Ray, enquanto este, através de um processo de hidrólise,procedia à neutralização e respectiva destruição do armamento químico Sírio.

As missões efectuadas pela Esquadra 601 totalizaram mais de 27 horas de voo, traduzidas numa área de patrulhamento superior a 1.000.000 Km².

Em virtude da autonomia da plataforma P-3C e dos múltiplos sensores que a equipam, foi possível aumentar significativamente a Recognized Maritime Picture (RMP) de todos os meios de superfície empenhados na protecção ao navio Cape Ray.

De salientar a interoperabilidade desta plataforma, que tornou possível a partilha de toda a informação táctica entre a aeronave e os diversos meios de superfície envolvidos.

No decorrer desta missão, é ainda importante referir que esta plataforma detectou, embora fora do âmbito da OPCW, uma embarcação de transporte com cerca de 280 emigrantes ilegais cuja localização e respectiva actividade ilegal foi prontamente reportada para as autoridades nacionais.

A missão foi composta por 24 militares, envolvendo tripulação, manutenção, e pessoal de apoio, que possibilitaram o exemplar cumprimento da missão internacionalmente atribuída. Fica o sentido de dever cumprido, numa contribuição indubitavelmente positiva para a segurança dos Países Aliados e da Europa, na salvaguarda da segurança e estabilidade mundial. (FAP)

16 de agosto de 2014

Portugal e a Grande Guerra, a questão militar

O regime republicano precisava de transformar o Exército, porque disso dependia a sua própria sobrevivência. Por isso, os seus responsáveis iniciaram desde muito cedo uma extensa mudança da estrutura militar herdada da Monarquia.

Logo a 2 de Março de 1911, o Governo Provisório publicou um decreto determinando profundas alterações no sistema de recrutamento militar, que passava a assentar em cinco princípios: impossibilidade de remissão a dinheiro do serviço militar obrigatório; substancial redução do tempo de serviço militar obrigatório; alteração dos conceitos de reserva; estabelecimento de períodos de preparação militar anteriores e posteriores ao tempo de serviço militar obrigatório; e desaparecimento da noção de exército profissional para dar lugar à de exército miliciano.

A transformação continuou, em lei de 25 de Maio de 1911, com a reorganização do Exército baseada na ideia de que “os exércitos permanentes fizeram o seu tempo, são instituições liquidadas”. Seguiu-se a definição de um sistema de instrução e treino das tropas, com a criação da Instrução Militar Preparatória, por decreto de 26 de Maio de 1911.

O dispositivo do Exército, constituído por unidades espalhadas por todo o território, continuava com um núcleo profissional que perdia importância, mas devia servir de base à Nação em armas, constituída por tropas de reserva, com um adequado sistema de recrutamento, instrução e mobilização adaptado à nova realidade.


Podemos dizer que a grande reforma republicana do Exército baseada no princípio do exército miliciano, sem os recursos necessários, com uma população maioritariamente analfabeta, contra a vontade do seu núcleo profissional, estava votada ao fracasso. De qualquer maneira, as incursões monárquicas primeiro e a Guerra logo a seguir aniquilaram a reforma.

Em 1914, quando a guerra na Europa começou, os quadros e os efectivos gerais do Exército tinham tido somente três curtos períodos de treino. O recrutamento e a mobilização fazia-se dentro da respectiva divisão ou comando militar, cabendo a cada unidade suprir as suas faltas em soldados ou graduados. Havia 35 regimentos de Infantaria, 8 de Artilharia, 11 de Cavalaria e 8 grupos de metralhadoras.

Em suma, a República, entre 1911 e 1914, construiu um exército mais orientado para a defesa do território nacional e para actuação interna, do que para qualquer tipo de intervenção além-fronteiras, mesmo nos territórios coloniais.

No que respeita ao equipamento militar, a República beneficiava de um conjunto de medidas levadas a efeito nos últimos anos da Monarquia, como resposta ao ambiente internacional que se vivia.

O Exército possuía peças de artilharia modernas e eficientes, embora de diversas qualidades. Quanto ao equipamento individual de infantaria foi necessário adquirir, logo em 1911, à casa inglesa Mills, 25.000 equipamentos de tela verde, inteiramente semelhantes aos adoptados em 1908 pela infantaria inglesa.

De uma forma geral pode considerar-se que Portugal, para o nível de ameaças que então se previam, possuía armamento credível, embora não estivesse tão bem equipado e armado como a grande maioria dos estados europeus. Mas foi a participação na Guerra, tanto nos campos africanos como europeu, que ditou o nível de equipamento das forças militares portuguesas, terrestres e marítimas.

Portugal, nem beligerante, nem neutral

Depois do início das hostilidades na Europa, nos primeiros dias de Agosto de 1914, o Governo inglês solicitou ao Governo português que se abstivesse "por agora de publicar qualquer declaração de neutralidade", tornando-se esta a posição oficial de Portugal — nem neutral, nem beligerante. Esta situação manter-se-ia até 16 de Março de 1916, dia em que, a seguir ao apresamento dos navios alemães surtos nos portos portugueses feito a pedido da Inglaterra, a Alemanha declarou guerra a Portugal.

Foram dois anos de profundas disputas internas e extensos conflitos que envolveram não só as forças políticas, como toda a sociedade, e que ultrapassarão a própria declaração de guerra, mantendo-se até à assinatura do armistício, e mesmo para além dele.

Os republicanos dividiram-se quanto à intervenção militar de Portugal na Europa, sustentando uns a necessidade política e moral de intervir ao lado dos aliados e defendendo outros a utilização exclusiva das tropas portuguesas na defesa das colónias. As pequenas minorias radicais opuseram-se, de uma forma geral, à participação na guerra, assumindo as suas atitudes enorme agressividade, com apreciável influência na opinião pública nacional.

No interior da força armada, a maioria dos oficiais opunha-se à guerra, principalmente ao envio de tropas para o teatro europeu.

Machado Santos, o “herói da Rotunda”, o “revolucionário do 5 de Outubro”, o “pai da República” encabeçou um movimento, a partir de Tomar, para impedir a partida de tropas para França em 13 de Dezembro de 1916. Quando foi ouvido em auto de perguntas, declarou: “Que entrou na actividade política em 1907 para combater a ditadura do Sr. João Franco (…). Que foi a primeira vez que conspirou com o fim de então derrubar a Monarquia; voltou agora a conspirar pela segunda vez para derrubar um governo que, bem mais nefasto que o Sr. João Franco, ameaça derruir não só o regime, mas a própria Nacionalidade”.

Estas palavras revelam a profunda cisão que grassava na sociedade portuguesa e também entre os militares. Enquanto uns, mais próximos do Partido Democrático de Afonso Costa, pugnavam pela participação de Portugal na frente europeia, outros exigiam que as tropas fossem enviadas exclusivamente para África. Será este confronto, entre intervencionistas e não-intervencionistas, que marcará todo o período de participação das tropas portuguesas na frente europeia, entre 1916 (preparação) e 1919 (regresso).

Contudo, desde muito cedo, Portugal enfrentou dificuldades em Angola e Moçambique, territórios que tinham fronteiras com colónias alemãs. A situação levou o governo português a preparar expedições militares para as duas colónias, que saíram de Lisboa a 11 de Setembro, comandadas por Alves Roçadas a de Angola e por Massano de Amorim a de Moçambique.

O primeiro incidente de guerra ocorreu em Moçambique, quando a pequena guarnição portuguesa de Maziúa foi atacada por uma força alemã, ainda em Agosto de 1914.

Em Angola, o primeiro acto de guerra ocorreu em Naulila, onde em 19 de Outubro um incidente mal explicado conduziu à morte de alguns militares alemães, seguido pela acção alemã contra Cuangar a 30 do mesmo mês
.

Reforçada a primeira expedição a Angola, e repetida uma acção inimiga sobre Naulila em 18 de Dezembro, a circunstância da rendição das tropas alemãs perante o avanço das tropas sul-africanas levou ao fim do conflito do exército português em Angola, embora persistisse a revolta dos povos locais.

Em Moçambique, a situação evoluiu de forma diferente. Ainda em 1914 foi organizada uma nova expedição, acompanhada desta vez pelo novo governador-geral da colónia, Álvaro de Castro. Verificou-se, contudo, que as tropas expedicionárias portuguesas, tal como acontecera na anterior expedição, enfermavam de graves deficiências: má instrução, deficiente equipamento e fraca acção de comando, situação que se manteria até ao fim.

Em relação ao teatro europeu, a acção do governo português visou sobretudo a preparação da intervenção portuguesa, tanto no sentido de definir as formas de apoio aliado, em especial da Inglaterra, como de preparar os contingentes militares e mobilizar a opinião pública. Na sequência de uma primeira experiência efectuada em 1914, com a concentração de uma Divisão Auxiliar em Tancos, que depois foi desmobilizada, procedeu-se à formação de uma Divisão de Instrução que se reuniu no mesmo campo militar, sob o comando do general Tamagnini de Abreu e Silva e impulsionada por um grupo de jovens oficiais colaboradores de Norton de Matos, entretanto nomeado ministro da Guerra.

Portugal, país beligerante

A partir da declaração de guerra da Alemanha, a 9 de Março de 1916, as medidas de mobilização foram aceleradas. Mas a concretização da mobilização pôs a nu as inúmeras dificuldades estruturais – em efectivos, em armamento, em equipamentos e, acima de tudo, em quadros.

E enquanto se ultimavam os preparativos para a partida das tropas em direcção ao teatro europeu, foi necessário o envio de um novo contingente com destino a Moçambique, com cerca de 4000 homens sob o comando do general Ferreira Gil. Nesta colónia, onde logo a seguir à declaração de guerra as tropas portuguesas reocuparam o triângulo de Quionga, abandonado pelas tropas alemãs, esta terceira expedição levou a cabo as operações de maior fôlego, assinaladas pela travessia do Rovuma e por uma penetração em território alemão com a tomada de Nevala. Contudo, a situação criada com o avanço das tropas portuguesas não resistiria à contra-ofensiva alemã, sob o comando do general Von Lettow-Vorbeck.

Foi perante esta situação que em princípios de 1917 se organizou uma quarta expedição a Moçambique, sob o comando do coronel Sousa Rosa. Entretanto, a acção das tropas alemãs no interior de Moçambique vai prolongar-se até Setembro de 1918, tendo a sua penetração ficado às portas de Quelimane.

As tropas portuguesas, em cooperação com forças inglesas, opuseram-se aos movimentos inimigos tanto quanto lhes foi possível, travando alguns combates de maior relevância, como o de Negomano, da Serra Mecula e de Nhamacurra. Von Lettow, conduzindo a guerra conforme as circunstâncias melhor aconselhavam, com o fim, que foi sempre o seu, de fixar efectivos inimigos na região, acabou por abandonar Moçambique, ficando assim o território português livre da presença de tropas inimigas.

Continuavam, ao mesmo tempo, os preparativos para a partida das tropas portuguesas para a frente europeia, transformando-se a Divisão de Instrução em Corpo Expedicionário Português (CEP), que, composto inicialmente por uma Divisão e passando depois, por insistência portuguesa e aceitação inglesa, a ser constituído por duas Divisões, se organizou num Corpo de Exército.

O convite oficial do Governo britânico de 15 de Julho de 1916, para que Portugal tomasse parte activa nas operações militares dos aliados ainda conheceu oposições, como vimos, mas as tropas portuguesas constituintes do CEP iniciaram o embarque em finais de Janeiro de 1917.

O efectivo total do CEP nesta primeira mobilização foi de 1551 oficiais e 38.034 sargentos e praças. Estes números viriam a subir para mais de 50.000 embarcados, quando se constituiu a 2ª Divisão, que permitiu completar o Corpo de Exército, com que Portugal participou na frente europeia da guerra.

Em França, depois de um período de instrução e estágio nas linhas, foi atribuído ao CEP um sector na frente, situado na Flandres francesa, em frente da cidade de Lille, entre Armentières e Béthune. Na opinião dos comandos ingleses era um sector bastante calmo, onde não se previa a ocorrência de grandes acções de combate.

O CEP assumiu a responsabilidade total do sector português no dia 5 de Novembro de 1917, sob o comando do 1º Exército Britânico. Era uma zona plana, tinha a forma de um quadrilátero irregular, com cerca de 12 km de trincheiras. Foi aqui que até 9 de Abril de 1918 os soldados passaram por uma dura experiência de guerra, que marcou indelevelmente uma geração portuguesa.

As unidades portuguesas, antes do Corpo assumir em pleno o seu sector, tiveram 352 mortos em combate, entre Abril e Outubro de 1917.

Marinha de guerra

Em relação à marinha de guerra, pode dizer-se que, nos anos que precederam a guerra, houve uma substancial alteração de conceitos estratégicos relacionados com a guerra no mar, e também em Portugal se assistiu ao surgimento de novas orientações, com mais ou menos reflexos no pensamento naval e na organização e meios navais.

A ideia de uma permanente aliança com a Inglaterra é constante, embora se preveja a possibilidade de a marinha inglesa ficar demasiado ocupada para poder auxiliar Portugal. Mas outras componentes não deixam de reflectir-se na discussão interna, como a corrida naval, o crescente poder naval da Espanha e a transferência da esquadra britânica do Mediterrâneo para o Mar do Norte, na sequência dos acordos entre a França e a Inglaterra.

O conceito essencial evoluiu para a necessidade de uma esquadra com capacidade oceânica, à dimensão das possibilidades nacionais, que impedisse o bloqueio dos portos portugueses e assegurasse a ligação entre Lisboa e os Açores e, em consequência, a relação com as colónias.

O programa naval da República absorveu este conceito geral, embora na prática os objectivos fixados fossem impossíveis de atingir, dado o alto custo da opção. Mas o ambicioso plano republicano para a marinha de guerra acabou por ficar apenas no papel, até ao início das operações na Europa.

Contudo, alguma coisa foi mudando na Marinha Portuguesa. Tal como os programas navais de outros países, também em Portugal se pensou no papel dos contratorpedeiros que, apesar das polémicas suscitadas, começam a ser construídos no Arsenal em 1910, acabando Portugal por lançar três navios desta classe, antes da beligerância portuguesa, em 1916.

Também os submarinos viriam a fazer parte das preocupações dos responsáveis portugueses, sendo encomendada a primeira unidade a Itália, em 1910, recebida em Lisboa em 1913, com o nome de Espadarte. Portugal virá a receber ainda mais três submarinos em 1917, formando as quatro unidades a primeira esquadrilha de submarinos portugueses, como principal elemento da defesa naval de Lisboa, a partir do início de 1918. Era, apesar de tudo, um avanço significativo.

Quando a guerra se inicia, a Marinha não está preparada para enfrentar as ameaças que se desenham. As principais preocupações, defesa dos portos contra ameaças de superfície e protecção das tropas expedicionárias para as colónias, dificilmente podiam ser asseguradas pelos meios da marinha portuguesa. Contudo, os navios existentes são utilizados para enfrentar os problemas de defesa e navegação, especialmente na protecção dos portos de Lisboa e Leixões, dos Açores e da Madeira, das comunicações, da navegação para as colónias e do apoio possível às operações em Moçambique.

Do Sidonismo a La Lys

Entretanto, com o agravamento da situação interna, a oposição à guerra não conheceu tréguas, tudo se conjugando para criar um clima social propício ao desenvolvimento de projectos conspirativos e violentos.

Foi neste ambiente que, em 5 de Dezembro, uma revolta militar saiu à rua, chefiada por Sidónio Pais, major de Artilharia e ministro de Portugal em Berlim até à declaração de guerra da Alemanha. Em menos de três dias, os revoltosos conquistaram o poder e assumiram a direcção política do país.

A nova situação, a que os seus dirigentes chamaram República Nova, não chegou a pôr em causa a continuação do empenhamento militar ao lado dos aliados, tanto na Europa como em Moçambique, mas é sintomático da nova disposição dos dirigentes portugueses o facto de se não terem efectuado as rendições de efectivos normais (também pela escassez de meios de transporte marítimos) e de um número significativo de mobilizados, temporariamente regressados a Portugal para tratamento ou de licença, não regressar à frente, apesar dos contínuos apelos dos comandos militares do CEP.

As tropas portuguesas viram-se assim envolvidas num conflito que dificilmente compreendiam. A retaguarda era débil, as condições de emprego como força militar em operações extremamente fraca, o moral foi sempre baixo, mas no início de 1918 desceu a níveis insuportáveis. As unidades tinham falta de oficiais, a instrução tinha sido deficiente, o apoio não estava ao nível do de outras unidades do mesmo escalão. Os soldados não gozavam férias, estavam muito longe da sua terra, muitos nunca chegaram a compreender porque estavam naquela guerra.

A actividade militar na zona intensificou-se de forma gradual mas constantemente. O mês de Março foi extremamente penoso para as unidades portuguesas.

Os comandos portugueses aperceberam-se desta situação, mas o comando britânico manteve a ideia de que o ataque principal que as forças alemãs preparavam não seria na região de Armentières. No entanto, em 6 de Abril as tropas portuguesas receberam ordens para manterem na linha da frente apenas a 2ª Divisão, comandada por Gomes da Costa, passando para o comando do XI Corpo de Exército britânico. Na prática, porém, a extensão da linha da frente manteve-se nos 12 km anteriores, sendo retirado um batalhão. Ou seja, a frente ficou com menos densidade de forças. O tempo também foi curto para consolidar as inevitáveis mudanças tácticas resultantes desta decisão unilateral do comando britânico.

Mas o pior estava para vir. As visitas a 6 e 7 de Abril do comandante do XI Corpo, general Hacking, ao comando da 2ª Divisão coincidiram com as notícias dos preparativos alemães e a constatação do nível moral e do estado físico das tropas portuguesas, o que levou o comando britânico à decisão lógica, que uma prudente análise de situação já deveria ter aconselhado há bastante tempo. A 8 de Abril foi dada ordem para a substituição da 2ª Divisão por uma divisão inglesa, movimento que deveria iniciar-se a 9 de Abril. Era tarde e a decisão tardia desmoronou o moral das primeiras linhas portuguesas. Se a vontade de lutar e a disposição anímica era já extremamente baixa, a perspectiva de sair da frente anulou toda a capacidade de resistência e de comando. A situação só poderia conduzir a um desastre, se o ataque se realizasse nesse dia. Foi o que aconteceu.

O ataque alemão de 9 de Abril inseriu-se na estratégia de rotura da frente em sectores estreitos, com grande superioridade de meios. Os comandos alemães sabiam que seria uma das últimas oportunidades de o conseguirem. O ataque foi bem planeado, bem preparado e executado de forma eficaz. A preparação da artilharia foi longa e intensa. Os gases de combate foram usados da forma habitual. O assalto fez-se de acordo com os princípios tácticos consolidados pela longa guerra de trincheiras – preparação de fogos, ataque frontal, envolvimentos, contrabateria, ataques profundos, consolidação do terreno conquistado.

A defesa do sector português, e de certa forma dos sectores vizinhos, não pôde organizar-se de forma consistente. A capacidade de combate dos portugueses estava diminuída pelas condições do terreno, pelo desequilíbrio dos meios de combate e principalmente pela disposição psicológica das tropas.

Houve resistências, mas os confrontos foram pontuais e não duraram mais que escassas horas, o tempo necessário ao avanço das tropas alemãs. Em seis horas ruiu toda a resistência das primeiras linhas; ao fim do dia estava conquistado todo o sector português e consolidada a penetração alemã. Só em Lacouture um pequeno núcleo anglo-português resistiu até ao dia seguinte.

Como “Batalha de La Lys”, “9 de Abril”, “La Lys – a Batalha Portuguesa” ou outro título semelhante, os combates da manhã de 9 de Abril de 1918 na frente ocupada pelo CEP encontram-se descritos e analisados em múltiplos textos.

Depois de La Lys, o que restou das tropas portuguesas foi distribuído por unidades inglesas, sendo os militares utilizados, de uma forma geral, em trabalhos braçais, como a construção de trincheiras. Tanto o general Tamagnini, enquanto manteve o comando, como o general Garcia Rosado, que o substituiu a partir de Agosto, procuraram junto do governo português e do governo inglês, mas também junto do comando britânico, devolver alguma dignidade ao período final da presença das tropas portuguesas na frente ocidental.

Este esforço permitiu que fossem constituídos três batalhões que de novo foram integrados na frente, onde se mantiveram, juntamente com outras unidades de apoio e de serviços, até à assinatura do Armistício a 11 de Novembro de 1918.

Foi assim que o Exército Português, mais por iniciativa no terreno de alguns dos seus comandos do que por empenho do governo de Lisboa, conseguiu ultrapassar com um resto de dignidade as contingências da sua presença na frente europeia, o que lhe permitiu desfilar em Paris, em nome de Portugal, quando ali se comemorou a vitória, em 14 de Julho de 1919, e dar suporte político à participação do país, ao lado das outras potências aliadas, na Conferência de Paz. (ANICETO AFONSO/Público)

13 de agosto de 2014

Como Salazar preparou a guerra do ultramar

Embora não tenha sido a mais mortífera, a guerra colonial foi cronologicamente o mais longo conflito militar em que Portugal se viu envolvido desde as guerras da Restauração, iniciadas em 1640 e concluídas em 1668 (para Angola e Moçambique, porém, as guerras de libertação nacional – treze anos no primeiro caso e dez no segundo –, foram mais curtas do que as guerras civis iniciadas, respectivamente, em 1975 e em 1977). Num conjunto de curtos ensaios a publicar a partir deste mês de Agosto, procurarei analisar alguns episódios que considero relevantes, mesmo quando aparentemente menos óbvios, da história das guerras coloniais ocorridas em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique entre 1961 e 1975, embora aqui e ali tanto as fronteiras geográficas como as cronológicas sejam desrespeitadas.

Estes pequenos estudos tratarão temas de história militar num sentido amplo. Ou seja, abordarão questões militares do ponto de vista das suas origens e significado político, cultural, económico ou social. Por outro lado, não se centrarão apenas numa análise da guerra colonial na perspectiva do confronto político-militar entre o estado colonial português e os movimentos de libertação. A guerra colonial, como se verá e é minha convicção, foi, também, uma disputa política interna ao estado colonial e aos movimentos de libertação — com outros protagonistas estatais, não estatais, regionais, nacionais ou internacionais. Por outro lado, a guerra só pôde ser feita, tanto do lado português, como do lado africano, porque ambos os beligerantes contaram com apoios externos — umas vezes óbvios, outras vezes inesperados, aqui e ali ostensivos, mas muitas vezes repetidamente ocultos ou dissimulados. Por fim, a guerra não ocorreu apenas em Portugal e no seu império africano; aconteceu em vários pontos do globo.

Na longa história (ou evolução) desta guerra global, não importava apenas a qualidade e a quantidade do armamento, no sentido convencional do termo, de que as partes dispunham. Particularmente importante foi o uso que se fez de recursos políticos dos mais variados e que se destacavam por terem como objectivo não apenas vencer um confronto militar no terreno mas, também, conseguir a conquista dos “corações e das mentes” das populações africanas residentes nas colónias portuguesas, da opinião pública portuguesa, das elites políticas, sociais e militares portuguesas, e ainda da opinião pública internacional e de decisores políticos ou actores económicos espalhados pelo mundo. Ou seja, devemos preparar-nos para ver um conflito como a guerra colonial enquanto um acontecimento em que as questões militares são necessárias para perceber aquilo que esteve em causa, mas não suficientes para explicar a sua natureza, desenvolvimento e desenlace. Os principais actores do conflito perceberam muito bem esta realidade e agiram em conformidade. Os historiadores e o público que se interessa pela história da guerra colonial nem por isso.

A questão da preparação portuguesa para a guerra (1961) - Que guerra e quando?

Numa reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional realizada a 30 de Agosto de 1960 no Palácio de São Bento, e no decurso da qual se trataram “assuntos relacionados com a defesa do Ultramar”, Oliveira Salazar iniciou os trabalhos com uma exposição que dava mostras da sua preocupação com os desenvolvimentos registados recentemente na situação política da África subsaariana. O presidente do Conselho reconheceu que desde Julho de 1959, quando se tinha realizado a última reunião entre os conselheiros da defesa nacional, a situação naquela região sofrera alterações profundas tornando-se “mais difícil para nós”.

A causa era simples: se em Julho de 1959 a independência da Guiné francesa (ocorrida em Outubro de 1958) e a do Congo belga (que teria lugar em Junho de 1960), pareciam ser as únicas ameaças sérias ao status quo prevalecente na chamada África negra e à estabilidade e segurança relativas existentes nas colónias da Guiné, de Angola e de Moçambique, um ano mais tarde era evidente que o “desmoronamento dos territórios” que rodeavam as províncias ultramarinas portuguesas iria ter repercussões tanto na sua segurança externa como interna. Povos e territórios “subordinados a países amigos”, no presente ou num futuro mais ou menos próximo, tornar-se-iam independentes e, portanto, teriam para com Portugal, e o seu estatuto de estado colonial, uma atitude certamente hostil, ainda que com gradações distintas.

Definido o quadro geral, Salazar enunciou depois outro tipo de consequências para a segurança e integridade dos territórios portugueses em África, que decorreriam desta nova realidade. Entre aquelas, a principal relacionava-se com a planificação política e militar que vinha sendo feita e que devia ser revista. Ou seja, era imperioso que se preparassem as Forças Armadas para fazerem face não já à forte probabilidade mas à inevitabilidade de uma “sublevação da população negra.” Ora, é sobre esta questão política e militar e o seu significado que este primeiro texto sobre a guerra colonial se debruça.

Dilemas militares e confrontação política.

A formação e consolidação de uma nova realidade política africana no final da década de 1950 e no início da década de 1960 significava que, a par do reconhecimento da existência de outras potenciais ou reais ameaças à política colonial portuguesa, medidas extraordinárias deviam ser tomadas pelas autoridades coloniais. No domínio da acção político-militar que pretendia prevenir, adiar e, finalmente, limitar os custos de uma inevitável sublevação ou insurgência armada nos territórios coloniais, as autoridades portuguesas procuraram definir e pôr em prática uma nova estratégia. Ou melhor, uma estratégia que complementasse aquela que até meados do ano de 1960 considerou que a situação política em África, e a questão global da descolonização, não se alterariam nem substancial nem rapidamente.

Note-se, porém, que modificado o ritmo e o alcance das transformações ocorridas no espaço africano, tal não significou que se tivesse tornado irrelevante a existência de outras ameaças ou riscos para os interesses portugueses. Era o caso, por exemplo, e ainda segundo Salazar, de ter prosseguido e ter sido aprofundada uma “modificação geral” na “política das Nações Unidas em relação à África”; ou o facto dos “Americanos” desconhecerem “completamente os problemas Asiáticos e Africanos”.

Isto indica que em Lisboa se percebia que os EUA estavam já a desinvestir, ou em vias de desinvestir mais ainda, na sua política de apoio ao colonialismo europeu como forma de travar a formação de vazios de poder na Ásia e em África resultantes de descolonizações precipitadas — facto que, segundo Washington, e durante cerca de uma década, proporcionara oportunidades para a afirmação da presença e do poder da União Soviética e de seus aliados naqueles dois continentes.

Durante décadas, fruto dos testemunhos deixados sobretudo por militares que nos meses de Março e Abril de 1961 conspiraram frustrada mas intensamente com o intuito de afastarem Salazar da chefia do governo, foi voz corrente a ideia de que o ditador ignorou as ameaças políticas e militares que pairavam sobre o império africano português como consequência da resistência do Estado Novo aos ventos de mudança que teriam tornado mais ou menos inevitável a descolonização dos impérios ultramarinos europeus.

Paralelamente, Oliveira Salazar foi acusado de ter recusado aceitar a inevitabilidade do deflagrar de uma guerra contra movimentos de guerrilha na Guiné, em Angola e em Moçambique, à imagem das guerras revolucionárias de libertação nacional, anticoloniais ou não, que enxamearam a Ásia, a África e a América Latina no decurso da Guerra Fria. Essa recusa teria impedido as chefias militares de apetrecharem as Forças Armadas com meios materiais, humanos e a doutrina que poderiam possibilitar que se travasse com êxito uma guerra de contra-insurgência.

No entanto tal acusação está longe de corresponder à verdade, sendo desmentida por factos que demonstram ter Salazar percebido, como toda a cúpula política e militar do Estado Novo, que a guerra — provável primeiro, e inevitável depois — com que Portugal se confrontaria, não só ocorreria em África como teria uma natureza “subversiva” (é verdade que Salazar temeu em 1959, 1960 e 1961 que se pudesse reunir na Guiné-Conacri um exército internacional, cujo intuito seria invadir e ocupar o território da Guiné portuguesa).

Sendo assim, que razão terá levado militares próximos de Botelho Moniz a difundiram a imagem, hoje genericamente aceite, de um Oliveira Salazar incapaz de reconhecer que a guerra que iria ocorrer na África portuguesa seria combatida segundo o paradigma da contra-insurgência, por um lado, e que o ditador tudo teria feito para travar, pelo menos em parte, uma preparação adequada das Forças Armadas portuguesas para um conflito com aquelas características?

Na verdade a resposta é simples e pouco ou nada tem que ver com questões natureza militar. As divergências que se instalaram no topo do Estado Novo e do Governo sobre como preparar a guerra que aí vinha eram exclusivamente políticas, pelo que a questão da forma como a guerra de contra-insurgência seria planeada e executada foi um elemento lateral naquilo que era uma rivalidade e uma desconfiança profunda entre membros do Governo desde Agosto de 1958 – data em que uma importante remodelação governamental fez substituir Fernando Santos Costa por Júlio Botelho Moniz na condução da pasta da Defesa Nacional.

Note-se, porém, que essas rivalidades não tinham por trás quaisquer divergências político-ideológicas inconciliáveis sobre a forma como Portugal devia ser governado. Eram essencialmente pessoais e andavam em torno da mais pura luta pelo acesso ao poder e seu uso. A ideia de que a um Salazar “reaccionário” ou “ultraconservador” se opunha um Botelho Moniz liberal, não passa de uma mistificação construída posteriormente por defensores da “Abrilada” (qualquer biografia política do general Botelho Moniz mostra à saciedade as suas credenciais autoritárias e salazaristas).

Deixemos agora de lado a discussão sobre a natureza da política colonial, e do próprio regime político, que conduziu à opção pelo uso da força militar como forma de preservar a integridade do império ultramarino português.

Como Salazar preparou a guerra

No que diz respeito à preparação portuguesa para uma guerra colonial, Salazar criou uma equipa em vários ministérios e subsecretarias de Estado com o objectivo de preparar as Forças Armadas, e especialmente o Exército, para um conflito com aquelas características. Fê-lo, porém, tendo em conta, pelo menos, três condicionantes que os seus adversários de então no Governo e no regime, nomeadamente os ministros da Defesa Nacional e do Exército (além do subsecretário de Estado do Exército, Francisco da Costa Gomes), combateram na altura e ignoraram depois em grande parte dos testemunhos produzidos sobre os acontecimentos que precederam a “abrilada”.

A primeira condicionante reconhecia e aceitava que os meios financeiros e humanos à disposição do estado português eram limitados e, por isso, deveriam ser usados criteriosamente. Por exemplo, a preparação financeira para uma guerra colonial implicava, segundo Salazar, um desinvestimento do empenhamento político, militar e também financeiro por parte das Forças Armadas Portuguesas e do estado português na NATO e na cooperação militar com a Espanha ao abrigo dos acordos político-diplomáticos e militares celebrados em 1939 e depois várias vezes revistos e reafirmados.

Em segundo lugar, o reforço moderado do investimento no dispositivo militar colonial – criado no império, para lá deslocado ou a deslocar – deveria ser rigoroso e realista tanto política como financeiramente. Isto é, não devia pôr em perigo o equilíbrio orçamental, a distribuição justa e necessária de recursos entre ministérios, mas também não devia nem podia criar desequilíbrios excessivos – quanto às dotações financeiras, prontidão operacional ou aquisição de armamento – no seio das próprias Forças Armadas, uma vez que tal eventualidade poderia ter consequências políticas imprevisíveis.

Finalmente (terceira “condicionante”), o calculismo de Salazar relativamente à questão do investimento numas Forças Armadas que deviam estar mais apetrechadas para prevenirem e/ou enfrentarem com êxito uma guerra colonial decorria da desconfiança que o presidente do Conselho sistematicamente nutriu relativamente aos chefes militares, com especial destaque para aqueles que não conhecia bem e/ou em quem não confiava.


Era a falta de confiança política nas chefias militares, tanto ou mais do que a falta de recursos e a necessidade de os usar de forma quantitativa e qualitativamente equilibrada, foi a causa do imobilismo aparente que teria norteado a acção de Salazar nos anos que precederam o início da guerra em Angola em Março de 1961. Ou seja, embora se pudesse argumentar em 1960-61, como se pode argumentar hoje, que havia algo no domínio da definição e da organização da política de defesa que poderia separar Salazar de Botelho Moniz, tal não radicava na forma como um e outro antecipavam a evolução da situação militar nas colónias e a melhor forma para responder à guerra que se adivinhava. Ela radicava, em primeiro lugar, no facto de Botelho Moniz pretender manter e até reforçar os compromissos com a NATO, ao mesmo tempo que defendia acirradamente um reforço da presença militar em África. Ora a persecução destes dois objectivos teria como consequência inevitável provocar a rotura das finanças do estado português.

Uma outra diferença importante, a segunda, manifestava-se na circunstância de, aparentemente, Botelho Moniz não valorizar o impacto que, no conjunto das Forças Armadas, nomeadamente na sua coerência e coesão interna, teria uma mudança demasiado rápida nas suas estruturas como resultado da atribuição de dotações orçamentais generosas para cumprir os compromissos NATO e os compromissos africanos. Aliás, uma qualquer subida substancial dos gastos com a defesa, ainda antes dos acontecimentos ocorridos em Angola em 1961, teria tido como resultado, caso Salazar a aceitasse, provocar mal-estar não só entre membros do governo, mas certamente entre outros círculos mais afastados mas necessariamente não menos importantes no apoio ao regime e ao seu líder.

A preparação portuguesa para a guerra denotou, pois, a existência de um regime politicamente dividido, embora essa divisão fosse mais circunstancial do que estrutural. Superadas essas divisões, o governo e o regime, com as Forças Armadas, puderam então centrar-se no essencial. E o essencial era enfrentar a sublevação político-militar lançada a 15 de Março de 1961 no “norte” de Angola, sublevação que, independentemente daqueles que foram os seus mentores e perpetradores, acabaria por ser reivindicada pela UPA liderada por Holden Roberto.

Próximo ensaio.

Se o estado colonial português se preparou, dentro das suas limitações, para uma guerra que sabia inevitável, qual era a o grau de prontidão do lado dos movimentos políticos e militares que reivindicaram a partir de Fevereiro e Março de 1961 o início da luta armada contra o estado colonial português? A esta pergunta tentarei responder no próximo ensaio, sendo certo que o maior ou menor grau de preparação militar para dar início e continuidade a acções de insurgência política e militar dependia de três variáveis.

Primeiro, da capacidade demonstrada pelas lideranças destes movimentos para agregarem a constelação de sensibilidades e personalidades que pretenderam ao longo das décadas de 1950 e 1960 ocupar o espaço político, ideológico, cultural e social do nacionalismo na Guiné-Bissau e em Cabo Verde, em Angola e em Moçambique.

Segundo, do nível de coesão interna existente em maior, menor ou nenhum grau nos movimentos nacionalistas que tinham a luta armada como desígnio.

Finalmente, da capacidade de mobilizar apoios políticos, militares ou financeiros internacionais e de os usar de forma eficaz, não apenas no combate ao colonialismo mas ainda, e sobretudo, na mobilização e sensibilização de franjas tão largas quanto possível da opinião pública internacional, alertando-a para a legitimidade e a bondade do anticolonialismo em geral e do nacionalismo que se opunha ao estado colonial português em particular. (Fernando Martins - Observador)

12 de agosto de 2014

Corveta João Coutinho faz a última viagem quinta-feira após 44 anos ao serviço da Marinha

Após 44 anos ao serviço da Marinha, o NRP João Coutinho cumpre a sua última missão de vigilância das águas sob jurisdição nacional e participação no dispositivo do serviço de busca e salvamento marítimo, estando previsto o seu regresso à Base Naval de Lisboa esta quinta-feira.

A Marinha preparou um tributo ao seu meio naval, convocando os órgãos de comunicação social para estarem presentes na última navegação da corveta, esta quinta-feira. O embarque acontece em Cascais.

Tendo sido lançado à água em 7 de Março de 1970, o navio conta com mais de 60 mil horas de navegação e participou nas mais variadas missões, de natureza militar e não militar, destacando-se entre outras, a evacuação de cidadãos nacionais na Guiné Bissau em 1998, a colaboração nas operações no mar na sequência da queda da ponte Hintze Ribeiro em 2001 e em duas grandes operações de combate à poluição marítima, com o acompanhamento do petroleiro Prestige em 2002, e na sequência do afundamento do porta-contentores Nautila em 2003.

A Corveta João Coutinho (F475) é o primeiro do projecto nacional de seis navios, da autoria do Engenheiro Construtor Naval Rogério Silva Duarte Geral D’Olievra.

A construção dos três primeiros teve lugar nos estaleiros Blohm & Voss na Alemanha, e os outros três na empresa Nacional Bazan de Construções Navais Militares em Espanha. (dnoticias)

8 de agosto de 2014

Guerra sonhada e guerra vivida: as contradições do intervencionismo português

Desfile do CEP antes do embarque para França na Praça do Comércio, em Lisboa JOSHUA BENOLIEL/ARQUIVO MUNICIPAL DE LISBOA
A participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial saldou-se por um fracasso militar e diplomático. Teve consequências sérias para o regime republicano, que nunca se recompôs dos choques sofridos entre 1914 e 1918. Essa participação foi desejada por uma corrente intervencionista, que se revelou impossível de travar, dada a sua força dentro do sistema político republicano.

Vale a pena, por isso, determo-nos um pouco sobre essa mesma corrente, os seus princípios e os seus objectivos, para melhor entendermos as causas dos insucessos portugueses e as suas consequências. Vale a pena também lembrar que o intervencionismo português não foi um fenómeno isolado: em vários outros países europeus – Itália, Grécia, Roménia – a intervenção na guerra foi vista como o cortar do nó górdio, que permitiria resolver várias questões domésticas e internacionais.

A frente interna

Parte importante do projecto intervencionista prendia-se ao fortalecimento e afirmação definitiva do regime republicano. Queriam acreditar os intervencionistas – políticos, militares, intelectuais, artistas – que o esforço comum de uma guerra travada em nome de ideais democráticos e mesmo humanitários (a guerra contra o militarismo) conduziria a um novo entendimento entre todos, ou quase todos, os portugueses. Um sacrifício comum, recompensado por uma Europa grata e reconhecida ao jovem regime, que fizera renascer o Portugal nobre e altivo do passado: eis o passaporte para a aceitação da República por todos os portugueses.

A ideia de que a participação portuguesa no conflito traria a pacificação da família portuguesa, ou pelo menos da família republicana, não sobreviveu aos primeiros meses da guerra. A União Sagrada, longe de representar uma verdadeira fusão de todas as forças políticas do país, saldou-se por uma coligação entre os democráticos de Afonso Costa e os evolucionistas de António José de Almeida. Nem unionistas, nem católicos, nem socialistas, nem, claro está, monárquicos, entraram no Governo. Tendo em conta a rivalidade entre democráticos e evolucionistas, o passo dado foi considerável. Foi, porém, insuficiente, tendo em conta os efeitos políticos, económicos e sociais da guerra. A máquina administrativa, cuja função principal era obter os resultados eleitorais que mais convinham a Lisboa, viu-se completamente ultrapassada pelas necessidades da mobilização militar e económica.

A igualdade de sacrifício entre todos os portugueses (obrigatoriedade de serviço militar, igual acesso a bens de primeira necessidade) não passou de uma miragem. Lentamente agravou-se a falta de mantimentos e de carvão mas os navios alemães, apresados, segundo Afonso Costa, para acudir à economia nacional, foram postos à disposição da Grã-Bretanha. Questões como a amnistia por crimes políticos e sociais, a introdução da pena de morte no código militar e o papel do Conselho Económico Nacional, no qual se reuniriam o Governo e as ‘forças vivas’ do país, vieram envenenar o relacionamento entre os grupos parlamentares dos dois partidos governamentais. Mas os golpes decisivos contra a União Sagrada seriam desferidos pelos inimigos da classe política republicana, alguns bem conhecidos, outros que emergiram das sombras graças à guerra.

Não era segredo para ninguém que grande parte do Exército era contra o envio de tropas portuguesas para a Frente Ocidental. O sentimento de revolta que se foi apoderando de muitos oficiais ao longo de 1916 foi explorado pelo ‘herói da Rotunda’, Machado Santos, que tinha velhas contas a ajustar com os partidos políticos. Eram os partidos, segundo este oficial da Armada, os responsáveis pelo caos político no qual o regime que ajudara a fundar se encontrava mergulhado.

Machado Santos fora preso após a revolta de 14 de Maio de 1915, e desde a sua libertação conspirara contra a União Sagrada a tempo inteiro. A 13 de Dezembro de 1916 passou ao ataque, mas muitos dos que lhe garantiram o seu apoio acabaram por nada fazer, sendo a revolta facilmente dominada pelas forças leais ao Governo. Mas ficou o aviso e assim largas dezenas de oficiais foram presos. Os efeitos militares e políticos não se fizeram esperar. No mês seguinte, oficiais de várias unidades recusaram-se a partir à frente dos seus homens para Lisboa, onde embarcariam rumo a França. Para espanto de muitos observadores, sobretudo nos exércitos aliados, estes oficiais cumpriram o seu castigo a bordo dos navios que os levaram até Brest, sendo depois devolvidos às suas unidades. As medidas tomadas para punir os responsáveis do 13 de Dezembro, mais severas, dividiram o partido evolucionista, tendo alguns deputados abandonado António José de Almeida para reconstituir o velho ‘bloco parlamentar’ com os unionistas de Brito Camacho.

Em Abril de 1917 caiu o Governo de António José de Almeida, no Parlamento, após um episódio ainda envolto em mistério, um voto de confiança que nunca devia ter ocorrido. Seguiu-se-lhe o terceiro (e último) Governo de Afonso Costa, ainda sob a égide da União Sagrada, mas agora composto apenas de ministros democráticos. Tal executivo não conseguiu mobilizar o patriotismo de todos os portugueses num momento de emergência nacional – emergência essa que não teimava em não passar: em Maio, motins populares em Lisboa com suspensão de garantias constitucionais; em Julho, greve da construção civil com nova suspensão de garantias (e com o parlamento reunido em sessão secreta); em Agosto, greve na Companhia das Águas de Lisboa; em Setembro, greve dos trabalhadores dos correios (um bastião republicano), à qual o Governo responde com a mobilização militar da corporação, sendo a greve por isso mesmo equacionada a deserção. A resposta foi imediata: greve geral decretada pela União Operária Nacional. Por todo o país, distúrbios e revoltas ocasionados pela falta de alimentos. Acossado por todos os lados, Afonso Costa começou a ser contestado pelo seu próprio partido. Julgou o líder democrático ter resolvido os problemas económicos mais prementes do país em Paris, em finais de Novembro/início de Dezembro, durante uma conferência aliada; mas o seu regresso a Lisboa foi interrompido pelo golpe de Sidónio Pais, apoiado por tropas prestes a partir para França.

A guerra em África

Uma segunda dimensão do intervencionismo português prendeu-se com a defesa do império colonial, cuja partilha entre pela Alemanha e a Grã-Bretanha tinha sido discutida já durante o regime republicano. A defesa activa das colónias portuguesas e a participação na conquista das colónias alemãs era vistas como expedientes para calar definitivamente as críticas que choviam sobre a administração colonial portuguesa, tida como brutal e ineficiente.

É nas campanhas de África que a falta de discernimento do intervencionismo português mais se faz notar: derrota após derrota, desastre após desastre, até ao descrédito total entre os aliados. O Exército parece não ter reflectido sobre as razões da derrota de Naulila, no sul de Angola, em finais de 1914, muito antes da declaração de guerra alemã. E enquanto outras potências coloniais mobilizavam o império para melhor combater na Europa, Portugal viu-se forçado a mobilizar a metrópole para defender as colónias, não só dos alemães como ainda das populações locais, que viram na guerra a conjuntura ideal para se subtrair à soberania portuguesa, nalguns casos bem recente.

Assim sendo, expedições foram enviadas umas após as outras para Moçambique, sem se obter qualquer resultado decisivo no combate aos alemães. A derrota de Nevala, em 1916, após um curto cerco à posição ocupada pelos portugueses, pôs cobro à única invasão de território alemão por forças portuguesas. Seguiu-se-lhe um longo período em que o Exército assumiu uma posição defensiva ao longo do rio Rovuma, esforçando-se, porém, por restaurar a ordem no resto de Moçambique, ameaçado por seríssimas revoltas indígenas – começando pela do Barué – e por reconhecimentos em força alemães.

O desgaste de homens e oficiais foi tremendo e a escala das baixas difícil de compreender numa força habituada a combater em Moçambique. A esmagadora maioria das mortes sofridas pelo Exército durante a Grande Guerra é-o em Moçambique, revelando-se a doença um inimigo muito mais mortífero do que o alemão.

Em Novembro de 1917, ainda sob a vigência da União Sagrada, novo desaire, mais perigoso do que Nevala: os restos do exército alemão, comandados por von Lettow-Vorbeck e acossados por todos os lados, atravessam o Rovuma e caem sobre a posição portuguesa de Negomano, que capturam sem grande esforço, encontrando as armas e munições e os mantimentos de que necessitam desesperadamente.

Moçambique proporcionará a von Lettow-Vorbeck um novo campo de batalha, onde ficará até Setembro do ano seguinte, vivendo à custa da população local e das guarnições portuguesas. A frustração das forças aliadas na colónia portuguesa é intensa. Adensam-se as nuvens contra o domínio colonial português em face desta fraca prestação militar e da ideia generalizada de que toda a campanha de 1918 teria sido evitada se os portugueses tivessem defendido com sucesso a linha do Rovuma.

O CEP

A defesa do solo francês pelo exército português fez sempre parte do projecto intervencionista, estreitando os laços entre as duas repúblicas. Portugal rejeitou sempre sugestões de que o seu exército fosse enviado para a frente de Salónica, ou para o Médio Oriente: só a Frente Ocidental interessava, vincando a natureza ideológica da participação portuguesa na Grande Guerra.

O Corpo Expedicionário Português (CEP) nasce da Divisão de Instrução pensada por Norton de Matos após a revolta de 14 de Maio de 1915, que abriu as portas ao poder aos democráticos. Comandada pelo General Tamagnini d’Abreu, tinha por missão permitir ao Governo dispor de uma força que lhe permitisse intervir no conflito europeu. Embora há muito projectada, só depois da declaração de guerra alemã começaram os trabalhos de campo da Divisão, que se prolongaram até ao Verão de 1916.

A transformação da Divisão de Instrução num Corpo Expedicionário acabou por ser aceite por Londres (falaram mais alto as perdas sofridas pelos aliados em Verdun e no Somme do que as dúvidas sobre o real valor da unidade) após um longo compasso de espera. De divisão reforçada, o CEP passou a corpo de exército, tendo Norton de Matos sonhado a certa altura no envio de uma segundo corpo de exército.

Os intervencionistas portugueses, obcecados com a ideia de um sector português na Frente Ocidental, que acabaram por conquistar, nunca se interrogaram quer sobre a razão de ser de tal sector, quer sobre o contributo que Portugal poderia dar na Frente Ocidental, e o seu preço. Verdun e o Somme tinham demonstrado – se tal demonstração fosse ainda necessária – que no espaço de um só dia grandes unidades podiam ser aniquiladas. Porquê então enviar o CEP, que, pelo seu tamanho, pouco poderia contribuir para a vitória aliada, mas que estaria sujeito a todos os perigos?

A vida do CEP é assim a história de um sacrifício feito por oficiais e soldados por razões de cariz político, oficiais e soldados esses que se sentiram desprezados e abandonados à sua sorte. Ainda antes do golpe sidonista o Governo sentia as maiores dificuldades em preencher os quadros do CEP e garantir seu abastecimento; a partir do golpe, a situação agravou-se, mercê do não regresso a França de oficiais em licença em Portugal e do fim do envio de reforços. A batalha do Lys, a 9 de Abril de 1918, é travada por um exército desfalcado, desnorteado e votado pelo comando britânico à saída das trincheiras nesse mesmo dia, de forma a repor alguma ordem nas suas fileiras.

Conclusão: intervencionismo derrotado

Embora Portugal seja contado entre as nações vitoriosas da Primeira Guerra Mundial, a verdade é que o intervencionismo português saiu claramente derrotado da contenda. Em Março de 1919 Afonso Costa substituiu Egas Moniz na presidência da delegação portuguesa à Conferência de Paz. Julgou Costa que as suas credenciais intervencionistas lhe permitiriam uma defesa mais eficaz do interesse nacional do que a esboçada por alguém nomeado por Sidónio Pais. Nada indica, porém, que assim tenha sido.

Portugal manteve as colónias (nenhum país aliado ou neutro perdeu as suas) mas não recebeu um único mandato da Sociedade das Nações (a Bélgica recebeu o Ruanda e o Burundi); as despesas militares não foram incluídas nas reparações a pagar pela Alemanha, como Costa desejava – o que significava que Portugal teria de saldar a sua dívida de guerra para com a Grã-Bretanha, que tinha possibilitado financeiramente o esforço de guerra português; e foi a Espanha (e não Portugal) convidada para integrar o primeiro Conselho Executivo da Sociedade das Nações.

O que a delegação portuguesa realmente pensou do Tratado consta das actas das suas reuniões, recentemente publicadas (Estratégia Portuguesa na Conferência de Paz 1918-1919: As actas da Delegação Portuguesa) por Duarte Ivo Cruz. Um membro da delegação, Jaime Batalha Reis, não se conteve: “Desde Alcácer-Quibir, esta nossa nova vitória foi o nosso maior desastre”.

Afonso Costa passou ao lado do “momento Wilsoniano”, identificado pelo historiador Erez Manela. Pouco se interessou pela criação de uma nova ordem diplomática assente na Sociedade das Nações. O seu desejo era punir a Alemanha de forma a compensar Portugal pelos sacrifícios feitos, reabilitando a política intervencionista à custa da economia alemã. Mas não o conseguiu e a sua autoproclamada vitória moral não convenceu o país. Tentaria ainda justificar a beligerância portuguesa em Abril de 1921, aquando das cerimónias, em Lisboa e na Batalha, relativas ao sepultar dos dois Soldados Desconhecidos, mais uma vez sem grande sucesso.

National University of Ireland, Maynooth (Fonte : Jornal O Público)

6 de agosto de 2014

A Força Aérea do Uruguai vai comprar dois C-212 300 da Força Aérea de Portugal

Dois aviões C212-300, do fabricante Airbus Defense and Space pertencentes à Força Aérea Portuguesa , que os substituiu por aeronaves Airbus C-295 foram finalmente escolhidos pela Força Aérea Uruguaia para incorporar ao seu Esquadrão Aéreo Número 3 (Transporte ), localizado na base Aérea N º 1-Carrasco-adjacente ao principal aeroporto internacional do Uruguai.

Assim, em 25 de Julho ,foi assinado em Lisboa um protocolo de intenções entre as autoridades do Ministério da Defesa português e o Chefe do Comando Aéreo Logístico da Força Aérea Uruguaia, o brigadeiro-general (Av.) Alberto Zanelli, representando o Ministério da Defesa Nacional do Uruguai.

Após este acordo, as autoridades se orientam a continuar os trâmites necessários para a transferência dos dois aviões Airbus Military C-212 (ex-EADS CASA), que pertenciam à Força Aérea Portuguesa. As aeronaves foram visitadas pela delegação da FAU, que viajou para o Base Aérea No. 6 localizada em Montijo, perto de Lisboa, onde serão preparados para o voo  para o Uruguai.

A negociação também incluiu um pacote completo de peças de reposição e o devido trabalho de manutenção para assegurar, em condições adequadas de aeronavegabilidade a realização deste voo de transferência, prevista para o início do próximo ano.

Essas aeronaves integrarão a frota actual de C-212/200 - dois deles ex Guarda Costeira Sueca- pertencentes ao Esquadrão Aéreo No. 3 que são usados em tarefas de transporte , missões de busca e salvamento, coordenação e comandante aérea em teatros operacionais, entre outros cometidos.

Além do mais, deve ser notado que os C-212 também são usados para complementar o "Sistema de Transporte Aeromédico de Emergência” e também para complementar os meios de asa rotativa em missões SAR nocturnas mediante uso de foguetes de iluminação, em procedimento treinado junto à Força Aérea Espanhola. Neste sentido, é importante acrescentar que as aeronaves contam com tanques de combustível auxiliares externos, com os quais a autonomia é aumentada consideravelmente. Portanto, a rota do voo , estimado para Janeiro ou Fevereiro de 2015 ainda não se sabe se ele vai acontecer pelo hemisfério norte - ou, se a autonomia das aeronaves em plena capacidade, permite a rota do Atlântico Sul via Cabo verde / Noronha, ou Cabo verde / Recife-Ascensão, como fez na década de 90 para a aviação naval se mudou dois Jetstream T-2, que foi o primeiro voo de uma balsa gémeo uruguaio ao sul.

O Esquadrão Aéreo No. 3 da FAU conta com aeronaves C-130B, EMB-120, EMB-110 e C-212. (Defensa)

Força Aérea Portuguesa lançou ontem concurso público destinado à reparação de componentes do sistema de voo dos aviões F-16

A Força Aérea Portuguesa lançou ontem um concurso público destinado à reparação de componentes do sistema de voo dos aviões F-16 no valor de 86 400 euros. O objectivo é conseguir o melhor preço em material para garantir não só a manutenção dos aviões, mas também assegurar que existem peças suficientes armazenadas em caso de emergência. Segundo frisou ao CM uma fonte oficial da Força Aérea, trata-se de uma manutenção regular, planeada de acordo com a disponibilidade financeira daquele ramo das Forças Armadas. A mesma fonte explica que este tipo de contrato, por concurso público, é feito de forma a tentar alcançar o preço mais baixo possível no mercado.

Ao todo, Portugal ainda dispõe de 39 caças F-16, mas vendeu 12 à Roménia, no final de 2013, por um valor líquido a rondar os 78 milhões de euros, uma vez que o contrato prevê gastos do lado português, tanto na formação de técnicos romenos como na preparação das aeronaves.

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/economia/86-400-euros-para-manter-cacas-f-16

5 de agosto de 2014

CERIMÓNIA DE TRANSFERÊNCIA DO REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 5 PARA VENDAS NOVAS

No passado dia 01 de Agosto de 2014, realizou-se em Vendas Novas a cerimónia comemorativa da entrada em funcionamento do Regimento de Artilharia Nº 5 (RA5). A cerimónia foi presidida pelo Comandante do RA5, Coronel de Artilharia António José Pardal dos Santos, tendo contado com a presença do Exmo. Presidente da Câmara Municipal de Vendas Novas, Dr. Luís Carlos Piteira Dias e várias entidades civis.

O evento teve início com a prestação de continência das Forças em Parada ao Comandante do RA5, após o que se procedeu à leitura de um excerto da Directiva Nº 117 de 01 de Julho de 2014 de S.Exª o General CEME, que determina a entrada em funcionamento do RA5 em Vendas Novas.

Seguidamente procedeu-se à entrega das flâmulas às Baterias, simbolizando o início das suas actividades em Vendas Novas. O Comandante do RA5 proferiu uma alocução alusiva ao ato, tendo feito referência às unidades que precederam o RA5 na Serra do Pilar e em Vendas Novas, por constituírem parte significativa do valioso património histórico e cultural, que constitui a memória de 205 anos de História Militar da Serra do Pilar e de 153 anos de actividade de unidades de Artilharia em Vendas Novas. Relevou ainda as tarefas que constituem a missão do RA5 em Vendas Novas, as quais definem o desafio a vencer.

Após se proceder ao descerramento do Nº 5 na Porta de Armas, que define o novo nome da Unidade Militar instalada em Vendas Novas, as Forças em Parada desfilaram prestando continência ao Comandante do RA5 e fizeram a sua primeira entrada no quartel como força constituída, dando-se assim por terminada a cerimónia. (Exército)

COMEMORAÇÕES DO DIA DA ZONA MILITAR DOS AÇORES E DO REGIMENTO DE GUARNIÇÃO Nº 1

Decorreram no período de 19 a 25 de Julho de 2014, na Região Autónoma dos Açores, em particular na ilha Terceira, um conjunto de actividades de natureza desportiva, cultural, recreativa e militar com o objetivo de assinalar a comemoração de mais um aniversário da Zona Militar dos Açores (ZMA) e do Regimento de Guarnição Nº 1 (RG1).

No dia 19 de Julho de 2014, o RG1 realizou mais uma edição da tradicional “Estafeta da Salga”, que contou com a participação de 28 equipas de 4 atletas, representativas do RG1, de forças militares e de segurança estacionadas na Ilha Terceira, bem como de colectividades desportivas, num total de 112 participantes. As equipas percorreram um trajecto de quatro percursos entre o lugar da Baía da Salga e o Castelo de S. João Baptista, numa extensão total de 14 km.

As principais comemorações do Dia da ZMA e do Dia do RG1 decorreram no dia de 25 de Julho, no Castelo de São João Baptista, em Angra do Heroísmo. O dia começou com uma missa de Ação de Graças e Sufrágio na Igreja de São João Baptista, seguindo-se a cerimónia militar presidida por S.Exª o Representante da República para a Região Autónoma dos Açores, Dr. Alves Catarino, e que contou também com a presença de S.Exª o Chefe do Estado-Maior do Exército, General Carlos António Corbal Hernandez Jerónimo,do Exmo Secretário Regional da Saúde em representação do Presidente do Governo Regional dos Açores, do Exmo Presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e do Exmo Comandante das Forças Terrestres, entre outras entidades militares, civis e eclesiásticas.

O programa incluiu as honras militares regulamentares à alta entidade que presidiu à cerimónia com uma Guarda de Honra e a continência pelas forças em parada, a que se seguiu a integração do Estandarte Nacional, a homenagem aos Mortos em Combate, as alocuções do Comandante do RG1, Coronel Inf Carlos Alberto Esteves Filipe, do Comandante da ZMA, Major-General José Manuel Cardoso Lourenço, e do General CEME. Após a rendição dos Porta-Estandarte da Zona Militar seguiram-se a imposição de condecorações, tendo a cerimónia terminado com o desfile das forças em parada comandadas pelo Coronel Tirocinado de Infantaria João Otílio Passos Gonçalves, 2º Comandante da Zona Militar dos Açores.

As comemorações culminaram, na noite de 25 de Julho, com um concerto comemorativo pela Banda Militar dos Açores, em colaboração com a Orquestra de Sopros da Ilha Terceira. O evento, realizado no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, contou com uma grande afluência e com a presença de S.Exª o General CEME. (Exército)

4 de agosto de 2014

Base Aérea N.º 4 abre ao público

A Base Aérea N.º4 (BA4), nos Açores, esteve aberta ao público no dia 3 de Agosto para dar a conhecer a sua missão. Passeios pela Unidade, demonstrações de capacidades militares e até momentos musicais animaram o evento, que contou com a participação da Marinha, do Exército, da unidade americana 65th Air Base Wing e de várias instituições e organizações.

Além de encontrarem as aeronaves EH–101 Merlin, C-295M e Alpha-Jet, os visitantes deslocaram–se pela BA4 numa viatura CONDOR, subiram à Torre de Controlo e conheceram o Quartel dos Bombeiros da 65th Air Base Wing.

Em apresentação estiveram também o Dispositivo de Socorro a Náufragos da Armada, meios operacionais do Exército e da Cruz Vermelha e um simulador de voo instalado no stand de Spotters da ilha Terceira.

Como sempre, as demonstrações cinófilas fizeram as maravilhas de miúdos e graúdos, numa ‘Base Aberta’ onde não faltaram outros pontos de interesse, tal como o artesanato, os produtos regionais e ainda um rancho folclórico. (FAP)

2 de agosto de 2014

PATRULHA OCEÂNICO FIGUEIRA DA FOZ NO CONTROLO DOS FLUXOS MIGRATÓRIOS NO MEDITERRÂNEO

O NRP Figueira da Foz, o segundo navio da classe Viana do Castelo, largou no dia 30 de Julho rumo ao mar Mediterrâneo para participar na missão "ÍNDALO 2014" do âmbito da agência FRONTEX, no controlo dos fluxos migratórios para o espaço da União Europeia provenientes do norte de África, e participar ainda em acções de busca e salvamento marítimo na região.

É no período de verão, em que o estado do mar mais calmo permite navegações de embarcações pequenas com riscos menores, que se verifica um aumento significativo na imigração irregular proveniente do norte de África. A operação "ÍNDALO 2014" está centrada no mediterrâneo ocidental, em águas de Espanha com as fronteiras marítimas da Argélia e Marrocos, e visa detectar, localizar, identificar e impedir a actividade ilegal de embarcações envolvidas em imigração irregular, e prestar assistência humanitária e socorro sempre que tal se verifique necessário.

Esta missão, enquadrada no esforço Europeu de controlo das suas fronteiras externas, será coordenada pela Guardia Civil de Espanha e conta com a participação de diversos meios de várias entidades de países da EU, sendo que o NRP Figueira da Foz irá operar em cooperação directa com uma aeronave dos serviços de fronteira da Finlândia. A participação do navio nesta operação decorrerá durante ao longo do mês de Agosto de 2014.

No NRP Figueira da Foz embarcarão dois inspectores do SEF e um oficial de ligação da Guardia Civil de Espanha. Em paralelo, e aproveitando esta excelente oportunidade de instrução, o navio receberá cadetes do 3º ano do mestrado integrado da Escola Naval, durante todo o período de missão. (Emgfa)